terça-feira, 19 de maio de 2009

O Animador e o Idoso

No ano de 1993, a Comissão Europeia para o Desenvolvimento das Nações proclamou, com bastante ênfase, com felicidade exultante, a necessidade de "Solidariedade entre as gerações".
O conceito de envelhecimento activo, criado pela Organização Mundial de Saúde, em 1997, que tem por base o princípio de permitir aos idosos que permaneçam integrados e motivados na vida laboral e social, parece ser uma solução encontrada, tomando-se indispensável difundir e implementar as medidas.
Os problemas que tradicionalmente têm atacado os Serviços Sociais não se têm dado nem se dão como feitos isolados que requerem, por tanto, soluções individuais, mas que têm a sua origem nas condições sociais gerais de uma comunidade, e na modificação dessas condições é onde está o verdadeiro e autêntico objectivo de qualquer trabalhador/educador comunitário.
"Qualquer intervenção social estabelecida desde um paradigma crítico deve redundar positivamente na comunidade global e nos seus diferentes sectores" (Render, 1981). Por isso, ao falar-se de serviços sociais, deveria falar-se de serviços comunitários: informação, orientação, assistência, animação; são elementos válidos para o trabalho comunitário.
Os serviços sociais e os seus profissionais, os trabalhadores sociais têm a obrigação de contactar com outros educadores sociais (animadores) e actuarem, com e sobre uma comunidade em sentido dialéctico-crítico. A própria comunidade e os seus cidadãos, devem tomar consciência dos factores e elementos que condicionam as suas carências, analisar essas causas e propor estratégias de solução para a mudança social.
O Ócio e a cultura distinguem claramente duas subáreas: propiciar a auto realização pessoal através da aproximação do património histórico e cultural e consciencializar a sociedade sobre a necessidade de valorizar os aspectos positivos da terceira idade e eliminar estereótipos negativos. Para além das residências, incorporam-se os centro de dia, estabelecimentos públicos destinados a facilitar a convivência e a propiciar a participação e integração social das pessoas que reúnam as condições para ser beneficiárias dos mesmos. Tanto nos centros de dia como nas aulas culturais os idosos poderão fomentar as relações intergeracionais e interpessoais, potenciar a auto-estima, ampliar a sua participação comunitária, desenvolver a capacidade criativa e adquirir uma formação de base para poder utilizar os bens culturais da comunidade (Froufe, 1995 ).
O objectivo principal é conseguir que os idosos sejam cidadãos capazes de intervir na gestão comunitária. É neste ponto que a animação cultural tem o seu principal fundamento, ou seja, o de fazer com que os idosos se tomem cidadãos conscientes e participativos no que os rodeia.
Assim, qualquer projecto que queira actuar na animação de idosos deve ter em conta os seguintes propósitos, segundo Orte e March (1995):

-» Facilitar o acesso dos idosos a cursos de formação;
-» Possibilitar a realização de actividades socioculturais;
-» Propor medidas de classificação dos serviços e programas dirigidos aos idosos;
-» Facilitar uma positiva utilização do tempo livre;
-» Possibilitar uma gestão democrática dos Centros;
-» Criar projectos que visem a participação comunitária dos idosos;
-» Garantir a cobertura económica dos programas dirigidos aos idosos.

Pode-se afirmar que a Animação Sociocultural é, antes de tudo, um projecto de intervenção para motivar e estimular um colectivo, para que este seja capaz de iniciar os seus próprios desenvolvimentos culturais e comunitários. Evidentemente que com estas premissas estamos a falar de uma animação sociocultural para pessoas idosas, tanto ao nível comunitário como ao nível cultural. Se uma comunidade é entendida como parte do tecido social que se situa entre os indivíduos (neste caso os idosos) na sociedade, crê-se que o fim de qualquer comunidade é, precisamente, proporcionar a comunicação e a participação de todos os seus membros.
Os animadores têm assim um papel importantíssimo na animação com idosos ao nível comunitário para:
a) Analisar e estudar a interacção dos idosos;
b) Planificar projectos, programas e actividades, etc., conjuntamente com os diversos grupos sociais
c) Utilizar qualquer recurso formativo, institucional ou não no campo da educação formal e não formal;
d) Avaliar as práticas e os projectos realizados de forma a corrigir possíveis erros.

UPAJE procura Animadores de Campos de Férias

A UPAJE – união para a acção cultural e juvenil educativa, é uma associação sem fins lucrativos, inscrita no Registo Nacional de Educação Popular desde 1978, tendo sido reconhecida como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública pelo DR II série de 25 de Março de 1995 que tem por finalidade a criação, promoção e concretização de iniciativas de apoio a crianças, jovens, adultos e idosos, com vista à respectiva integração social e comunitária, através da acção sócio-cultural e educativa, bem como, o fomento da aprendizagem, através de processos de educação não formal e ao longo da vida, direccionada para os diferentes escalões etários da população. No âmbito da organização dos seus Campos de Férias 2009, e com o objectivo de aumentar a nossa bolsa de animadores, uma vez que o número de participantes nas nossas formações 2009 não foi suficiente para responder às nossas necessidades, a UPAJE encontra-se neste momento a recrutar Animadores de Campos de Férias.
Os interessados deverão enviar o curriculum vitae para calmeida@upaje.pt ou geral@upaje.pt ou contactar a UPAJE através do telefone 214719480.