A animação sociocultural surge como forma de alcançar uma vida animada, mostrando a cada pessoa idosa as etapas que permitem conquistar pequenos momentos de alegria nos lares da terceira idade. Assim, a animação pode ser encarada como todo um conjunto de acções exercidas “sobre um grupo, uma colectividade ou um meio, visando desenvolver a comunicação e estruturar a vida social […] é um método de integração e participação […]; a função da animação define-se como uma função de adaptação às novas formas de vida social”. (Imhof, 1991:118)
A animação surgiu, então, para compensar algumas carências, numa tentativa de recuperar na pessoa idosa, a liberdade que se poderá alcançar durante o tempo livre, sendo um prática social dinamizadora da sociedade, infundindo entusiasmo a todo o tecido social.
Este conjunto de elementos compensatórios de algumas carências pode verificar-se através de uma diversidade de funções atribuídas à animação sociocultural que Besnard (1985) refere: a função de adaptação e de integração, que tem por finalidade promover a socialização dos indivíduos, com especial relevo nos lares e a função recreativa, que está relacionada com os tempos de lazer, em que o/a animador/a organiza a sua ocupação encarregando-se das actividades a realizar. (Canário, 1999:76)
Com estas funções a animação sociocultural terá a potencialidade de assumir um lugar central na procura de novos modelos de organização social, mais qualitativos, adaptando ao mesmo tempo as pessoas idosas às rápidas mudanças sociais do mundo exterior.
A existência da animação evidencia-se em diversos campos, mas qualquer que seja o seu campo de aplicação, parece implicar três processos conjuntos: desenvolvimento, colocar em relação e criatividade. (Quintana,1992:37)
Acredita-se que a animação dinamiza os lares, envolvendo as pessoas idosas activamente, implicando um crescimento pessoal e social, tendo como objectivo suscitar de melhoria e de progresso.
Para as pessoas idosas o repouso constitui um elemento muito importante na concepção dos lazeres, uma vez que após uma vida cheia de experiências encontramos uma deterioração a nível físico. A necessidade de repouso por parte das pessoas idosas manifesta-se de diversas maneiras, isto é :
- Um ritmo mais lento, adaptado às suas necessidades e condições psíquicas e físicas;
- A necessidade de existência de uma rotina diária, que as ajudem a situar no tempo e espaço.
Para além da necessidade de repouso, é igualmente importante a necessidade de valorização e integração. De facto, sentir-se útil constitui uma realidade para a pessoa idosa. Esta deve ser encarada como uma pessoa adulta e capaz, a quem se pode propor trabalhos úteis e eventualmente rentáveis.
Ao nível da animação social para pessoas idosas institucionalizadas, podem ser desenvolvidos diversos tipos de actividades, como por exemplo, exercício físico ligeiro, leitura de contos e poemas, visionamento de filmes, ateliers, passeios ao ar livre, visitas a museus, jogos, etc.
Antes da passagem à prática das diversas actividades, é fundamental que seja realizada uma avaliação psicológica e física de cada pessoa idosa, no sentido de perceber quais as capacidades reais de cada pessoa idosa relativamente a cada uma das actividades propostas. Todas as actividades de animação devem ser realizadas com o maior número possível de participantes. Para que isso ocorra é necessário fazer um estudo prévio sobre quais as actividades que mais agradam e motivam os utentes da instituição.
Os/as animadores/as tendem a agir em três direcções fundamentais:
- Valorização: propondo actividades que permitam mostrar a si mesmas/os e às/aos outras/os que são capazes e úteis;
- Ultrapassar o isolamento: encorajando as pessoas idosas a participarem segundo os seus desejos;
- Repouso: o/a animador/a tem de incluir no seu programa actividades que tenham em conta o ritmo de cada pessoa idosa.
Torna-se, assim, de primordial importância desenvolver mecanismos para a sensibilização e consciencialização das pessoas, os quais a animação sociocultural pretende, desde logo, estimular na própria pessoa idosa. Há que promover e dinamizar actividades de lazer e ocupação, tentando ir ao encontro das preferências da/o idosa/o, valorizando-a/o e destruindo os estereótipos que possam inibir acções ou a sua própria identidade, tão pouco estimada pela pessoa idosa e pelas/os outras/os.