terça-feira, 3 de julho de 2007

A Actividade Desportiva e os Tempos Livres

Após a Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial, várias correntes apoiaram uma prática desportiva aberta a todos. Esta perspectiva surgiu com a diminuição do tempo de trabalho, contribuindo para tornar a prática desportiva uma opção para a ocupação dos tempos livres. O impacto de um dia de trabalho, e de um ano quase sem férias, veio dar uma enorme importância ao aproveitamento dos tempos livres. A prática desportiva alargou-se a todas as classes sociais, através de programas destinados a fomentar um actividade física e desportiva regulares. Verificou-se um enorme crescimento do fenómeno desportivo, que levou à criação de relações dinâmicas com outros campos da sociedade, como a psicologia ou a sociologia.

O aumento do tempo livre permitiu às populações realizarem actividades, que lhes proporcionassem momentos de lazer e recreação. Como refere Rui lança (2003: 22), citando Brito, «os tempos livres foram preenchidos com tarefas de semitrabalho, práticas em que o prazer deveria predominar sobre o trabalho, como por exemplo, dançar, tocar piano, aprender línguas, tarefas cujo o objectivo era o bem-estar, o convívio, a diversão, os jogos, ou seja, as actividades lúdico recreativas».

A actividade desportiva tem vindo a assumir, cada vez mais, um papel importante na sociedade, que levou à divisão da prática desportiva em três campos:
As praticas desportivas formais, ou seja, o sector federado, caracterizado por normas ou regulamentos definidos;
As práticas desportivas não formais que se diferenciam pela descontinuidade, apesar de pressuporem também prática regular;
As práticas desportivas informais, caracterizadas pela auto-suficiência e a auto-gestão.
Os três segmentos referidos complementam-se, permitindo que os valores e interesses inerentes à prática desportiva se adaptem à sociedade e a um público-alvo característico de cada prática.

Os clubes desportivos, as autarquias e as escolas, deveram cada vez mais ter a preocupação de adaptar e ir ao encontro das necessidades e interesses da sociedade de maneira a não se tornarem ultrapassados e desenquadrados das dinâmicas desportivas.
Como afirma Neto (1997: 34) «Assim, os clubes desportivos, as autarquias e as escolas terão de repensar e, quem sabe, reinventar uma nova ordem de valores quanto ao desporto, tendo em linha de conta as alterações e as mudanças em curso a nível das estruturas sociais».

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